O bolsonarista que chora vai escapar?

Diante do silêncio generalizado, publiquei artigo nesse blog, no dia 25 de abril, com esse título, sobre a possibilidade de reversão nas expectativas de cassação do mandato do senador Jorge Seif:

“O inesperado poder de um senador do segundo time do bolsonarismo”

Essa é a primeira linha do artigo:

“Tem cheiro ruim saindo do caso do senador Jorge Seif no Tribunal Superior Eleitoral”.

O que se noticia agora é que o relator, Floriano de Azevedo Marques, citado no meu artigo, teria mudado o voto pela cassação, pedindo agora a absolvição do catarinense pelo TSE.

Se acontecer, absolvem o senador e o véio da Havan, pivô da ação contra o extremista, por abuso de poder econômico a favor do político na campanha de 2022.

Os manés já se foram. Os poderosos vão se salvando. Todos os manezões escaparam até agora.

Seif chorou em setembro do ano passado, quando chamou o general Gustavo Henrique Dutra de covarde, diante do militar, numa reunião da CPI do Golpe, no Senado.

Dutra era comandante do Planalto, quando permitiu que a PM tivesse acesso aos acampamentos montados ao lado do QG do Exército e prendesse, em 9 de janeiro, manés e terroristas golpistas.

Mas há uma tese consoladora, para quem não perdeu a esperança. É possível acreditar que a absolvição do sujeito tenha sido negociada.

Se foi, vai sobrar para outro extremista. Salvam Seif, mas degolam um outro mais adiante, que pode ser até de Santa Catarina.

(Duas horas depois da publicação desse texto, o TSE decidiu adiar o julgamento, para o recolhimento de novas provas sobre o caso. Não se confirmou a notícia do Globo de que o relator pediria a absolvição. O próprio relator pediu o adiamento para obtenção de provas, o que de qualquer forma é estranho, porque incomum em julgamento de recursos no TSE. É tudo muito fora do normal, porque o julgamento deveria ter acontecido há duas semanas, mas o relator não apareceu. É uma forma de protelar, ou de amorcegar, como se dizia antigamente. Lembrando que em junho muda a composição do TSE, com a saída de Alexandre de Moraes e a chegada de André Mendonça. Seif já pode comprar a champanhe.)